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domingo, 12 de julho de 2020

Material de Leitura – China e Índia antigas













História da Índia Primitiva

 

A cultura e o nível de desenvolvimento das tribos dravídicas correspondem grosso modo aos da sociedade sumero-acádica. A população dedicava-se ao cultivo de terras irrigadas e à criação de gado. As searas mais comuns eram de trigo e cevada, e os animais domésticos eram o carneiro, o porco e o búfalo. Cedo, porém, foram domesticados camelos e elefantes.

 

As ruínas dos grandes palácios de Mohenjo-Daro e de Harappa, que eram obviamente palácios reais, dão testemunho da existência de um poder de estado na sociedade dravídica, o que não quer dizer que então a Índia fosse um reino unificado, pois estava dividida numa série de pequenos reinos e principados. A julgar pelos bairros habitados pela nobreza e pelos pobres, já havia diferenças sociais baseadas na propriedade e uma forma embrionária de sociedade de classes. A existência de escrita revela, também, um nível de desenvolvimento bastante avançado.

 

A Conquista Ariana

 

Durante a primeira metade do segundo milénio, tribos arianas invadiram o Norte da Índia vindas das estepes da Ásia Central.

Os arianos estavam muito menos avançados económica e culturalmente do que os Dravídicos. Eram nove as tribos arianas, de que a mais importante era a tribo Bharata. O chefe de cada tribo chamava-se rajá e um grupo de tribos era governado por um marajá.

 

Os arianos eram pastores nómadas. A sua principal fonte de riqueza era o gado, e utilizavam as vacas como valor de troca, visto que a moeda ainda não existia. Contudo, os arianos que invadiram a Índia assimilaram desde logo a superior cultura dravídica e começaram a dedicar-se à agricultura sedentária. Da população dravídica, uma parte foi eliminada, a outra foi reduzida à escravatura ou à servidão e era tratada com extrema crueldade e desprezo.

 

Uma outra característica, além do sistema de castas, distinguia a antiga civilização da Índia: as comunas de aldeias nunca mudaram durante muitos séculos. Embora existissem nas comunidades terras pertencentes a várias famílias, e, portanto, propriedade privada da terra, de um modo geral eram dirigidas na base de uma economia natural. A estrutura das comunas e o seu governo obedeciam sempre ao mesmo padrão: cada comuna tinha o seu ancião, trabalhadores que se encarregavam do cultivo da terra, um ferreiro, um carpinteiro, um oleiro, um barbeiro e o indispensável sacerdote brâmane.

 

A escravatura, embora muito espalhada na Índia, era geralmente doméstica, patriarcal. Os arianos escravizados por dívidas só o podiam ser temporariamente e, por isso, até eram permitidos casamentos entre escravos arianos e homens ou mulheres livres, desde que, é claro, pertencessem à mesma casta.

 

A Antiga Religião e a Antiga Cultura da Índia

 

O dogma básico do bramanismo era a crença em três deuses — Brama, criador do mundo, Vishnu, o deus do Bem, e Shiva, o deus do Mal, os quais firmavam a grande tríade (trimurti). O desenvolvimento desta religião acompanhou de muito perto a consolidação do poder da casta dos sacerdotes brâmanes, os únicos que tinham o direito de interpretar livros sagrados ou Vedas. As práticas rituais desta religião eram muito complicadas e estabeleciam, inclusive, os mínimos pormenores, como por exemplo qual devia ser o corte e o comprimento do cabelo dos fiéis.

 

A antiga civilização da Índia foi muito avançada. Já no século III a.C. existiam várias escritas silábicas. Obras notáveis de poesia épica, tais como o famoso Mahabharata (descrição da luta entre os filhos de Bharata) e o Ramayana (descrição das proezas do herói lendário Rama), chegaram até nós. A antiga arquitetura indiana também é notável, por exemplo os surpreendentes templos budistas talhados nas rochas, obras que abundam em linhas curvas e padrões geométricos.

 

Os antigos Indianos também conheciam os princípios básicos da Matemática, da Astronomia e da Medicina. Elaboraram um calendário que dividia o ano em doze meses de trinta dias, e acrescentavam mais um mês no fim de cada cinco anos. Conservaram-se até hoje tratados de medicina que revelam conhecimentos dos princípios da anatomia e capacidade de usar várias ervas medicinais.

 

A Antiga China

 

Condições Naturais

A China difere dos países do Médio Oriente ainda mais do que a Índia no que se refere às condições naturais. A China pode dividir-se em três regiões claramente definidas:

1.         o vale do rio Amarelo ou grande planície da China;

2.         a China Central que é composta de regiões montanhosas e do vale do Yangtzé;

3.         o Sul da China, montanhoso.

As cheias anuais do rio Amarelo tornam a planície chinesa extremamente fértil. O solo da China Central e particularmente da China do Sul é muito menos fértil, mas estas regiões são ricas em recursos minerais (cobre, estanho e chumbo) e pedras de valor tais como a nefrite. A população da China Antiga era extremamente heterogénea.

A China nos Tempos Primitivos

 

O primeiro período da história chinesa chama-se período Chang-Yin (1765-1122 a.C.). A unificação das tribos chinesas da bacia do rio Amarelo com o objetivo de travar uma luta comum contra os nómadas do Norte, os Hsiung Nu, e de desenvolver o sistema de irrigação que existia deu origem a uma brilhante cultura sedentária e mais tarde a todo um estado. Os principais instigadores desta unificação foram as tribos yin e que fundaram o Estado Chang, que tomou o nome da dinastia.

Escavações feitas por volta de 1930 no território do Estado Chang trouxeram à luz do dia restos de uma antiga cidade, com um palácio real, um templo, casas e oficinas. Foram desenterrados mais de trezentos túmulos, sendo quatro deles indiscutivelmente túmulos reais, que continham enorme quantidade de ouro, nefrite e ornamentos de madrepérola.

 

Desenvolviam-se, entretanto, ofícios vários: a carpintaria (arcos, setas, carros de guerra, barcos), o trabalho em pedra e a cerâmica. As escavações dão ainda testemunho de trabalhos primitivos em bronze. Nesta altura, já se praticava o comércio, que se estava a desenvolver rapidamente, mas ainda sob a forma de troca de produtos.

O poder real tinha ainda características feudais, dado que o rei era assistido por um conselho do clã ou pelos anciãos da tribo, e aliava as funções de chefe militar e de sumo-sacerdote.

 

Na sociedade Yin havia uma hierarquia de propriedade claramente definida e também uma nobreza hereditária, em cujas mãos estavam concentrados a terra e os escravos. A escravatura era de tipo patriarcal. A grande massa da população era composta de camponeses que viviam em comunas. Foi neste período que apareceu a linguagem escrita. Os caracteres vinham evoluindo de uma primitiva escrita figurativa e a escrita era extremamente complicada: foram identificados cerca de três mil sinais desta antiga escrita.

 

No século XII a.C. começaram longas e amargas hostilidades com as tribos Tchou, que acabaram por conquistar a capital Chang (1124) e fundar o seu próprio estado.

 

A Religião e a Cultura da Antiga China

 

A primitiva religião praticada na China estava ligada ao culto da natureza, em particular ao culto da terra e das montanhas, mas as concepções religiosas tornaram-se cada vez mais complexas. O confucionismo só apareceu durante os séculos VI e V a.C. O fundador desta religião, Confúcio, tinha sido um alto oficial na corte de um príncipe. A lealdade à tradição e aos costumes dos antigos e a desconfiança em relação a qualquer inovação eram os traços mais característicos dos seus ensinamentos religiosos e filosóficos. Confúcio idealizou a monarquia patriarcal e o código moral da família patriarcal. Atribuía uma enorme importância à educação moral e pedia moderação e aceitação do destino.

 

A ciência e a filosofia desenvolveram-se muito na antiga China. Filósofo notável, foi Wang Chung (século I d.C.) que defendia vários princípios materialistas (entre outras coisas negava a imortalidade da alma). Fizeram-se importantes progressos na astronomia: elaboraram-se mapas do céu e faziam-se previsões dos eclipses e do aparecimento dos cometas. Os matemáticos chineses estabeleceram as propriedades do triângulo retângulo. Também chegaram até nós tratados geográficos e agronómicos de interesse. Os antigos chineses inventaram ainda a pólvora, o papel, o compasso e o sismógrafo.

Finalmente, devem mencionar-se as notáveis realizações da antiga China na arte e nos ofícios, no artesanato da porcelana, do bronze, da madeira e do marfim.

 

 


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