Material de Leitura – Introdução ao Império Bizantino
Império Bizantino – Material de
leitura – 1º ano - Não há necessidade de devolver, cole em seu caderno e use
para estudar!
Objetivo central: Identificar
questões sociais e estruturais que envolvem o Império Bizantino.
Olá, pessoal!
Importante que o texto desta semana
deixado pelo professor seja utilizado para acompanhar a linha de raciocínio do
conteúdo abaixo! Boa sorte, e lembre de deixar o material colado em seu
caderno!
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pesquisa:
https://www.infoescola.com/idade-media/imperio-bizantino/
Império
Bizantino
Durante um longo período o Império Romano agonizou.
Invasões bárbaras, saques e má gestão levaram o Império ao colapso. Por outro
lado, é neste período também que, na tentativa de minimizar os efeitos da crise
e manter o Império, propõe-se a separação do Império em dois: o do Oriente e o
do Ocidente. É este contexto que se dá início ao processo de declínio do
Império Romano, que se desintegrou em 476, marcando não apenas o fim do Império do
Romano do Ocidente, mas também o período histórico que chamamos
costumeiramente de Idade Antiga.
No entanto, o Império
Romano do Oriente sobreviveu (atualmente chamado de Império Bizantino), até o ano de 1453, ano de sua queda. O
período situado entre a queda do Império Romano
do Ocidente e a queda do Império Romano do Oriente é o que
conhecemos por Idade Média. Foi também neste período que ocorreu uma difusão e
maior adesão ao cristianismo, inicialmente
entre os componentes das classes mais pobres da população, mas chegando também
às elites romanas.
A palavra medieval carrega
consigo um conjunto de representações e estereótipos negativos, usualmente
associando o período a uma “idade das trevas”. O termo idade média também pode
passar uma interpretação equivocada, parecendo ser o período localizado no meio de acontecimentos importantes. Como se pode perceber,
a história da Idade Medieval está diretamente relacionada ao Império Romano e
seu declínio, no ocidente e no oriente. O intervalo de tempo entre os dois
acontecimentos, de 476 a 1453, também é bastante significativo: são mil anos de
experiências partilhadas entre homens e mulheres comuns. Não é possível,
portanto, negligenciar os estereotipar este período da História da humanidade.
Essa visão que temos sobre a divisão dos períodos da história faz parte de uma
visão clássica sobre a própria constituição da história, fomentada pelos
estudiosos europeus. Muitas vezes, e em muitos casos, essas divisões temporais
fazem pouco sentido em outros países, como o Brasil.
Assim, ainda que a queda do Império Romano do Ocidente
tenha sido fatal para eles, a sobrevivência do Império Romano do Oriente foi
expressiva. Isso se deu porque havia outra configuração e outros jogos políticos
no oriente, diferentes das despesas e necessidades do Império Romano do
Ocidente. O povo do oriente enfrentou poucas ameaças de bárbaros, passando a viver
um período de estabilidade e prosperidade. Formado na tentativa de salvar o
Império Romano do Ocidente, em plena divisão do Império
Romano no século IV, o Império Romano do Oriente manteve a continuidade
da cultura romana cristã e boa parte da cultura grega. Tendo a capital
localizada em Bizâncio, que mais tarde
teria sido batizada de Constantinopla, a cidade de Constantino, esta cidade
protagonizou inúmeros encontros entre povos e culturas. Entre os povos que ali
se encontravam estavam os gregos, os egípcios, os sírios, os semitas e os
eslavos. Um dos pontos principais eram as rotas comerciais que por ali passavam
trazendo produtos dos mais variados tipos, tais como ouro, marfim, trigo, mel, pimenta, porcelanas, canela
entre outros. Por volta do ano 1000 a cidade chegou a ter uma população de
quase 1 milhão de habitantes e chegou a ser a cidade mais rica de toda a
Europa. Nos dias de hoje ocupa o território de Constantinopla a cidade de
Istambul, na Turquia.
A cidade repleta de edificações majestosas, como a Basílica de Santa
Sofia, era cercada por uma muralha dupla que desempenhava muito bem o papel
de proteção para aqueles que ali viviam. O cristianismo ali teve grande
aceitação, e a cidade foi palco de atrações religiosas, como as relíquias que
os cristãos da época acreditavam ter pertencido aos protagonistas da religião,
tais como o sangue sagrado, os cravos da coroa de cristo e até mesmo as suas
sandálias estavam na cidade para a apreciação dos devotos.
Religião e governo
Representados como santos, os imperadores bizantinos tinham
o poder sobre o Estado, o exército e a Igreja, e eram tratados com os próprios
representantes de Deus na Terra. Como haviam várias culturas que compunham o
Estado havia necessidade de se respeitar as várias nacionalidades e para isso
era necessário um modelo administrativo bem estabelecido. Desta forma
escolheram a religião para dar unidade, pois acreditavam ser Deus aquele que
dava unidade divina, e ao imperador caberia dar a unidade terrestre. Um dos
imperadores de maior sucesso foi Justiniano, que governo o Império Bizantino ao
longo do século VI ao lado de Teodora, sua esposa que era muito atuante na
política. Como medidas de Teodora, ocorreram as recuperações de territórios
antes ocupados pelos povos bárbaros, a construção de estradas e a retomada do
comércio no mar Mediterrâneo. O território
bizantino neste período retomou boa parte do Império Romano do Ocidente,
dominando a península Itálica, o norte da África, o sul da península Ibérica, além do seu
território no oriente. A expansão territorial foi um dos principais objetivos
do governo de Justiniano. O marco desse período foi a construção da basílica de
Santa Sofia e o Código Justiniano, que ampliou novas leis baseadas no
antigo direito romano substituindo
o latim pelo grego como língua oficial.
Sociedade no Império Bizantino
Os bizantinos eram divididos socialmente em grandes
proprietários de terras, altos funcionários públicos, comerciantes, artesãos e
um pequeno grupo de escravizados. Havia ainda camponeses que cultivavam
plantações no interior e pagavam tributos ao Estado em forma de produtos. No
século IX, era comum ver em Constantinopla a sua população tendo como
entretenimento os teatros, hipódromos, onde ocorriam os espetáculos mais
populares entre os bizantinos, as corridas de cavalos. Os mais ricos e as
camadas médias valorizavam a educação, e boa parte dessa parte da população
eram alfabetizados, inclusive as mulheres. As mulheres se dedicavam a
cosmetologia e a tecelagem. Como vimos acima, haviam imperatrizes como Teodora
que participavam da política em destaque, no século VIII outra imperatriz
atuante no mundo da política foi Irene.
Arte bizantina
Os mosaicos, obras de arte que já eram conhecidos pelos
gregos e pelos romanos, fizeram parte do cotidiano das igrejas bizantinas. As
obras geralmente retratavam para os fiéis as histórias da bíblia e tinham
funções de ensinar a religião. Vale ressaltar que a maior parte da população
não era alfabetizada como abordamos anteriormente, e os aprendizados deveriam
ser feitos por meio de imagens, passando de forma facilitada a doutrina cristã.
Nos mosaicos os
ensinamentos eram contados de forma objetiva e o mais simples possível.
Cisma do Oriente: divisão da Igreja Católica
A religião cristã em Constantinopla seguia os moldes do
Império Romano do Ocidente. Ao longo do tempo tendo os imperadores o controle
da religião, passaram se efetivar várias mudanças. Os patriarcas da Igreja,
líderes religiosos, eram nomeados diretamente pelo Imperador. Na hierarquia
clerical, abaixo dos patriarcas se encontravam aproximadamente seiscentos
bispos e arcebispos que controlavam milhares de padres e párocos.
As missas antes rezadas em latim, passam a ser celebradas
em grego, os padres começam a adotar barbas e tiveram autorização para
contraírem o matrimônio. Essas diferenças geraram desentendimentos entre os
chefes de cada Igreja o Patriarca e o Papa levando a uma ruptura em
definitivo no ano de 1054, fato que ficou conhecido como A cisma do Oriente. A separação
entre as igrejas fez com que os bizantinos adotassem uma liturgia própria, não
tendo mais relações com a Igreja Católica, e assim passaram
a se chamar de Igreja Ortodoxa.
Uma das principais
diferenças entre as religiões católicas e bizantinas é a adoração de imagens,
que na Igreja Ortodoxa passou a ser proibida, pois eram acusados de idolatria.
Segundo a interpretação bíblica dos ortodoxos o culto às imagens era condenado
pelas escrituras sagradas.
Essa discussão dividia a sociedade bizantina desde o século
VIII, quando o imperador proibiu esta prática, porém ocorreram diversas
revoltas da população, muitas delas tinham como incitadores os próprios monges
que eram contrários a ordem do imperador. A questão iconoclasta, como ficou
conhecida durou até meados do século IX, quando o culto as imagens foram
liberadas, exceto as estátuas e esculturas.
Queda de Constantinopla e o fim do Império Bizantino
A localização de Constantinopla, próximo à Ásia Menor, fez
com que a cidade fosse alvo de tentativas de conquistas e de ameaças
frequentes. Diversos foram os povos que tentaram invadir Constantinopla, assim
como fizeram com Roma no século V. Esses constantes ataques e ameaças foram
responsáveis pelo enfraquecimento da defesa de Constantinopla e pela diminuição
gradativa de seu território.
Disputando o poder, Mehmed II, do império otomano, avançou
sobre Constantinopla, que, já
fragilizada não conseguiu se sustentar. Os símbolos aqui são importantes para
marcar o fim do Império Romano do Oriente: no dia em que Constantinopla foi
tomada pelos otomanos, a principal referência do cristianismo na região, a
Basílica de Hagia Sofia, sofreu duros ataques, sendo transformada em uma mesquita imediatamente.
Em 1453 o Império Romano do Oriente chegava ao fim, dando início a novos
tempos.
Como foi possível conhecer a história do Império Bizantino
é de fundamental importância para que se compreenda as marcas deixadas pela
queda dos dois impérios, com aproximadamente mil anos de distância entre os
dois acontecimentos.
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