Material de leitura – Planos de aula em Geografia/Nova BNCC
Objetivo: Compreender mudanças e importância de planos de aulas de
Geografia abordadas no primeiro segmento do ensino fundamental.
Fonte deste material: https://novaescola.org.br/bncc/conteudo/79/o-que-e-o-raciocinio-geografico-e-como-desenvolve-lo-com-seus-alunos
O que é o
raciocínio geográfico e como desenvolvê-lo com seus alunos?
A principal mudança
trazida pela BNCC no Ensino Fundamental é a ênfase na aplicação do raciocínio
geográfico. Mas, o que é esse conceito? Raciocínio geográfico significa
entender o mundo, a vida e o cotidiano. Para isso, a BNCC detalha e articula os
princípios pelos quais os estudantes podem ser conduzidos para pensar dessa
forma.
Por exemplo: ao observar
fenômenos, seja um abalo sísmico, ou um desmoronamento de terras causado pelo
desmatamento, todos devem ser incentivados a ter a curiosidade de entender por
que aquilo acontece. Os alunos devem pensar na questão da causalidade,
da localização e das condições geográficas.
Para desenvolver esta
forma de pensar o espaço, a BNCC apresenta alguns recursos que podem ser
utilizados em sala de aula. Veja:
1. Analogia
Os acontecimentos e os
fenômenos nunca ocorrem da mesma maneira em dois ou mais lugares. Há, sim,
características comuns, por exemplo, que definem o que é um terremoto em
qualquer lugar do mundo. Mas as consequências em cada lugar são diferentes
devido às características de cada local. A disposição da construção de prédios,
número de pessoas, mecanismos de proteção diverso e condições geológicas
próprias influenciam o que acontecerá.
“Comparar um terremoto
ocorrido em lugares diferentes usando o princípio da analogia, por exemplo,
ajuda a entender as peculiaridades de cada local e, ao mesmo tempo, as
potencialidades de ocorrência de um terremoto, que pode acontecer em cada
lugar. A partir dessa análise, fica mais fácil entender o fenômeno”, explica
Laércio Furquim, consultor do Time de Autores de NOVA ESCOLA.
2. Diferenciação
É um princípio ligado à
analogia. Ajuda a entender, principalmente, as peculiaridades de cada região.
Retomando o exemplo citado acima, é o raciocínio que leva a questionamentos
como: por que o clima em uma região é de um jeito e em outra, de diferente?
Nesse caso, são características locais que atuam. As regiões se diferenciam no
conjunto de características locais.
3. Conexão
O espaço geográfico é uma
totalidade, composto por temporalidades e espacialidades. Em aspectos naturais
e humanos, os fatos estão interligados. Há várias escalas geográficas para se
trabalhar o conceito: local, regional, nacional, internacional e global. Na
escala local, podemos citar aspectos naturais que estão conectados: o
desmatamento de uma área, por exemplo, pode afetar o assoreamento de rios,
interferir no microclima regional e até provocar mudanças na fauna. “Uma
mudança na política industrial de um país, por outro lado, pode afetar sua
posição na Divisão Internacional do Trabalho (DIT), com consequências para a
economia local. Estamos, dessa forma, aplicando o princípio da conexão”,
exemplifica Laércio.
4. Distribuição
Distribuição está
relacionada às características naturais e de ocupação do espaço, um princípio
de raciocínio que o estudante deve apropriar-se, para ler e entender o mundo de
forma mais ampliada. Traz questões como: o que existe em cada lugar? Onde estão
as cidades? Onde se localizam as infraestruturas, como as torres de internet?
Por onde passam as estradas? Onde há serras, rios e solos férteis? Essas e
outras perguntas ligadas a esse princípio são importantes para ajudar a definir
o espaço.
5. Extensão
O princípio deve levar o
estudante a pensar sobre o espaço, sob uma outra perspectiva. Nessa análise,
cabem questionamentos como: um fenômeno ocorre de onde até onde? Onde começa e
onde termina? Qual é o tamanho de um município? Qual é a extensão territorial
de uma enchente? Até onde chega uma floresta? Quantos hectares tem um
latifúndio e quantos hectares tem uma pequena propriedade camponesa?
6. Localização
Como o próprio nome indica,
está relacionado à noção de identificação no espaço de cada objeto territorial.
Nesse aspecto, vale diferenciar com os estudantes o lugar de local. “O local é
o referenciamento frio, feito pelas coordenadas geográficas, ao qual esse
princípio se refere. Já o lugar se estabelece pelas relações sociais que ali se
firmam. É determinado pela identidade, pela afetividade e pelo sentimento de
pertencimento.”, explica o assessor educacional.
7. Ordem
Trata-se de um olhar sobre o
ordenamento territorial, que se relaciona com os usos do território. Para que
os estudantes coloquem em prática esse princípio, é preciso conduzi-los a uma
análise sobre decisões política e de planejamento territorial, que implicam na
passagem de uma determinada estrada por uma localidade específica e não por
outra. O princípio também está relacionado aos fins políticos que influenciam
obras e construções e que estimulam migrações.
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