Texto 2:
ECONOMIA
MUNDIAL APÓS A GLOBALIZAÇÃO
Nota-se que nos últimos anos do século XX, inúmeras foram às transações,
acontecimento e manifestações ocorridas no âmbito global. Grandes corporações
surgiram, milhares de dólares foram investidos, novas atividades econômicas e
comerciais foram desenvolvidas, produtos e serviços foram criados e
aprimorados, normas e leis foram necessárias, moedas foram criadas, fusões
aconteceram, monopólios surgiram, dentre variados outros acontecimentos.
Estar no mercado atual pode representar estar frente a um arsenal
diversificado de influencia propostas pela globalização.
A economia vive sob permanente avaliação que é conduzida por uma lógica
financeira geral de lucratividade. As grandes corporações industriais e as
organizações financeiras manejam uma massa de ativos financeiros e de moedas
que compõem suas estratégias de valorização ao lado de seus ativos
operacionais. Assim, além das taxas de retorno nos investimentos produtivos, as
taxas de câmbio, as taxas de juros e os índices de valorização das ações são
"parâmetros" considerados na rentabilidade financeira geral. Num
mundo de livre movimento de capitais e de taxas de câmbio flexíveis, aqueles
atores efetuam movimentos de "poupança financeira", em consonância
com suas expectativas mutáveis, que impactam fortemente os mercados cambiais,
acionários e de crédito em geral, mundo afora.
Após o fim da Segunda Guerra Mundial, a economia capitalista vive uma
fase de expansão e enriquecimento. Na década de 70 e início dos anos 80, essa
prosperidade é abalada pela crise do petróleo, que provoca recessão e inflação
nos países do Primeiro Mundo. Também nos anos 70, desenvolvem-se novos métodos
e técnicas na produção. O processo de automação, robotização e terceirização
aumentam a produtividade e reduz a necessidade de mão-de-obra.
A informática, a biotecnologia e a química fina desenvolvem novas
matérias-primas artificiais e novas tecnologias. Mas a contínua incorporação
dessa tecnologia de ponta no processo produtivo exige investimentos pesados. E
os equipamentos ficam obsoletos rapidamente.
O dinheiro dos investimentos começa a circular para além de fronteiras
nacionais, buscando melhores condições financeiras e maiores mercados. Grandes
corporações internacionais passam a liderar uma nova fase de integração dos
mercados mundiais: é a chamada GLOBALIZAÇÃO DA ECONOMIA. A divisão política
entre os blocos soviético e norte-americano modifica-se com o fim da Guerra
Fria.
Uma nova ordem econômica estrutura-se em torno de outros centros de
poder: os Estados Unidos, a Europa e o Japão. Em torno destes centros são
organizados os principais blocos econômicos supranacionais, que facilitam a
circulação de mercadorias e de capitais.
Em 1990, o intercâmbio comercial entre esses países era de
aproximadamente 3 bilhões e meio de dólares. Em 95, já ultrapassa os dez
bilhões. O MERCOSUL vive uma fase inicial de adequações e ajustes. Mas o
comércio entre seus integrantes já demonstra seu potencial. Os contatos
políticos, econômicos e culturais se intensificam. Hoje se negocia a adesão de outros
países da América do Sul.
Visando ampliar suas atividades comerciais, já se iniciam contatos
políticos com os países da União Européia para a formação de um superbloco
econômico. A integração econômica entre Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai
já é uma realidade.
A globalização já não é mais questão de opção; é inevitável para
qualquer país que pretenda o pleno desenvolvimento econômico, e que queira
fazer parte da integração mundial que está acontecendo para não sofrer prejuízo
ou discriminação por não acompanhar os movimentos internacionais.
Sendo assim, com a crescente busca, por novos mercados e todos os demais
diferentes parâmetros adotados mundialmente, diversos efeitos econômicos
emergiram.
Globalização econômica de 1980 em diante: crescimento, pobreza e
distribuição de renda.
Para avaliar como a globalização afetou o crescimento econômico, a
pobreza e a distribuição de renda, reuniram dados de um grupo de mais de cem
países. Eles foram divididos em três grupos: países ricos, países inseridos no
processo de globalização e países não inseridos na globalização. O critério
para diferenciar os países inseridos na globalização do resto dos países em
desenvolvimento, de 1980 em diante, foi fixado em função de duas variáveis:
cortes de tarifas e aumento do volume de comércio exterior.
Os países inseridos na globalização tiveram mudanças significativas no
volume de comércio exterior em relação ao Produto Interno Bruto, passando de
16% para 32% nos últimos vinte anos. Como elemento de comparação, nos países
ricos esse aumento foi de 29% para 50%. Ao mesmo tempo os países inseridos na
globalização reduziram as suas tarifas em 22 pontos percentuais (de 57% para
35%). Os países inseridos na globalização representam metade da população
mundial, ou seja, mais de três bilhões de pessoas. Dentre eles se encontram
China, Índia, Brasil, México e Argentina.
As conclusões do estudo mostram que “enquanto as taxas de crescimento
dos países ricos declinaram nas décadas passadas, as taxas de crescimento dos
globalizadores têm seguido o caminho inverso, acelerando-se dos anos 70 para os
80 e 90. O resto do mundo em desenvolvimento, por outro lado, seguiu o mesmo
caminho que os países ricos: desaceleração do crescimento dos anos 70 para os
80 e 90. Nos anos 90 os países inseridos na globalização tiveram um crescimento
per capita de 5% ao ano; os países ricos cresceram a 2,2% per capita e os
países não inseridos cresceram apenas 1,4%. Ou seja, a distância entre países
ricos e em desenvolvimento declinou nas duas últimas décadas em relação aos
países inseridos na globalização e aumentou para aqueles países não inseridos
no processo.
O estudo sugere também que a taxa de inflação dos países com maior
abertura para o exterior declinou nas últimas décadas.
Dos anos 80 para os anos 90, a inflação média desses países passou de
24% ao ano para 12%. A estabilização monetária deverá contribuir para que a
renda dos pobres cresça em torno de 0,4%. Em função desses resultados, os
autores do estudo comentam: “podemos esperar que uma maior abertura deverá
melhorar a vida material dos pobres.Também sabemos que no curto prazo haverá
alguns perdedores entre os pobres e que a efetiva proteção social pode
facilitar a transição para uma economia mais aberta, de tal maneira que todos
os pobres se beneficiem com o desenvolvimento”.
A globalização econômica – aumento de comércio exterior e redução de
tarifas – favorece o crescimento e a diminuição da pobreza. O grande desafio da
globalização, entretanto, continua a ser a distribuição de renda entre países e
entre pessoas: “países que reduziram a inflação e expandiram o comércio e viram
acelerar suas taxas de crescimento nos últimos 20 anos não tiveram mudanças
significativas na distribuição de renda”.
Questões para reflexão:
1) De Acordo com as informações acima, como se
porta a globalização após 1980?
2) Mediante ao texto acima, aponte o
significado do termo “Globalização econômica”.
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