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O CONCEITO DE INFÂNCIA AO LONGO DA HISTÓRIA OCIDENTAL
EDUCAÇÃO
Retrato dos acontecimentos mais preciosos e importantes da historia, que foi o desenvolvimento do conceito e visão sobre a infância, onde crianças pararam de ser vistas e tratadas pela sociedade como adultos em miniaturas e ganharam um olhar individualizado e voltado exclusivamente para elas.
Resumo
Este artigo tem por objetivo retratar um dos acontecimentos mais preciosos e importantes da historia, que foi o desenvolvimento do conceito e visão sobre a infância, onde crianças pararam de ser vistas e tratadas pela sociedade como adultos em miniaturas e ganharam um olhar individualizado e voltado exclusivamente para elas. Tal tema se faz extremamente necessário pois sabe-se que para que se entenda a importância da infância é preciso haver uma compreensão de toda a historia do seu desenvolvimento e de toda a sua trajetória para que pudesse chegar aos dias de hoje onde as crianças tem uma atenção particular, veremos que nem sempre foi assim. Partiremos da idade média até a atualidade, analisando as principais mudanças, os acontecimentos, motivos, e assim faremos uma breve reflexão aos educadores e pais, que são os principais responsáveis pelos primeiros anos de vida de uma criança, sobre o que ainda pode ser desenvolvido e melhorado.
Palavras Chave: Criança; Infância; Desenvolvimento; História.
Introdução
Até por volta do século XII não havia uma concepção de infância e muito menos algo específico voltado para ela, não se via um espaço para isso devido à maneira que as crianças eram vistas e tratadas na sociedade, e segue-se até o fim do século XVIII com as crianças sendo retratadas como homens em tamanhos reduzidos, sem darem importância para suas características particulares. ‘’Não se tinha notícia de camponeses ou artesãos registrando suas histórias de vida durante a Idade média, e mesmo os relatos dos nobres de nascimento ou dos devotos não costumavam demonstrar muito interesse pelos primeiros anos de vida. De forma semelhante, durante o período moderno na Inglaterra, as crianças estiveram bastante ausentes na literatura, fossem o drama elizabetano ou os grandes romances do século XVIII. A criança era, no máximo, uma figura marginal em um mundo adulto’’ ( HEYWOOD, 2004, p.10). Sendo assim, não se tinha nada especial para elas, nenhum estudo, nenhuma atenção, nenhuma técnica, nada. Pode-se dizer que o interesse e fascinação pelos primeiros anos da infância é algo recente, e através dessa atenção, o conceito de infância vem tido mudanças importantes ao longo da historia. Compreender o que foram esses conceitos e analisar sua trajetória histórica pode nos revelar muito sobre a situação nos dias atuais.
Idade média
Na idade média a criança era vista como um adulto em miniatura, trabalhavam nos mesmos locais, usavam as mesmas roupas. “A criança era, portanto, diferente do homem, mas apenas no tamanho e na força, enquanto as outras características permaneciam iguais” (ARIÈS, 1981, p.14). Por essa visão, foi um período onde a infância era caracterizada pela inexperiência, dependência e incapacidade pois não tinha as mesmas compreensões que um adulto. Por não haver distinções entre adulto e criança, cabia a elas aprender as tarefas do dia a dia, a trabalhar, ajudar os mais velhos nos serviços, e a passagem que tinham por sua família era muito breve, pouco depois que se passava o período de amamentação a criança já passava a fazer companhia aos adultos para que aprendesse a servir e trabalhar, eram criadas por outras famílias para que nesse novo ambiente aprendessem um oficio.
Renascimento
É no decorrer do século XVII que se da os primeiros passos para a separação do adulto e da criança, por meio da escolarização. Antes, por não haver a distinção entre idades, todos aprendiam da mesma maneira e sobre as mesmas temáticas. No fim deste século que pode-se notar as primeiras mudanças do conceito de infância. Um dos maiores contribuintes para tal mudança foi a igreja, que teve um papel fundamental ao associar a imagem das crianças com a de anjos, que refletiam inocência e pureza, sendo assim, Deus as favoreciam devido a sua singeleza e suavidade, que se aproxima da impecabilidade, impondo uma necessidade de amar as crianças e tornando a educação obrigatória, contrariando a indiferença existente a tanto tempo. A partir daí, a iconografia começou a ser demonstrada na figura de crianças-anjos, estabelecendo uma religião para as crianças (ARIÈS, 1981, p.14). O fim deste século foi considerado o marco na evolução dos sentimentos em relação a infância, onde começaram realmente falar na fragilidade da criança, nas suas peculiaridades e a se preocupar com a formação moral e construção da mesma.
Nascimento da concepção de infância
Então, a partir do século XVIII, as crianças começaram a ser reconhecidas em suas particularidades, começaram a possuir um quarto único, alimentação considerada específica e adequada, começaram a ocupar um espaço maior no meio social. Ali nascia a concepção de infância. Antes, como se viu, a infância era considerada um período sem valor. Agora a família começa a dar ênfase ao sentimento que tem em relação à criança. Considera-se uma revolução este novo sentimento dirigido à criança. Ela começa a ser importante, apreciada por sua família e a infância é reconhecida como uma época da vida merecedora de orientação e educação.
Vemos que, enquanto na idade média a criança era sem valor e suas responsabilidades eram trabalhar e chegar o mais rápido possível na fase adulta, no Renascimento se da o início do processo de escolarização infantil.
A infância nos dias de hoje
Com o passar dos anos os direitos das crianças foram sendo cada vez mais fortes, embora por muitas vezes funcione só no papel, já pode ser considerado um grande avanço. Na visão de muitos autores a criação do Conselho da Criança e do Adolescente é vista como um marco no diz respeito ao reconhecimento e valorização da infância por parte das políticas públicas. Segundo o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), os principais direitos das crianças são:
- Ter uma educação de boa qualidade;
- Ter acesso à cultura e aos meios de comunicação e informação;
- Poder brincar com outras crianças da mesma idade;
- Não ser obrigado a trabalhar como adulto;
- Ter uma boa alimentação que dê ao organismo todos os nutrientes que precisam para crescer com saúde e energia;
- Receber assistência médica gratuita nos hospitais públicos sempre que precisarem de atendimento;
- Ser livre para ir e vir, conviver em sociedade e expressar ideias e sentimentos;
- Ter a proteção de uma família seja ela natural ou adotiva, ou de um lar oferecido pelo Estado se, por infelicidade, perderem os pais e parentes mais próximos;
- Não sofrer agressões físicas ou psicológicas por parte daqueles que são encarregados da proteção e educação ou de qualquer outro adulto;
- Ser beneficiada por direitos, sem nenhuma discriminação por raça, cor, sexo, língua, religião, país de origem, classe social ou riqueza e toda criança do mundo deve ter seus direitos respeitados;
- Ter desde o dia em que nasce um nome e uma nacionalidade, ou seja, ser cidadão de um país;
Cabe aos pais e educadores lutarem para que tudo isso não fique apenas no papel. Lutar para conquistar os mesmos direitos a todas as crianças, independente de sua classe social. Após uma analise sobre tantos períodos tristes que a infância enfrentou, que possamos fazer uma avaliação sobre nossos conceitos de infância.
Referências Bibliográficas
ÁRIES, Philippe. História social da criança e da família. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1981.
HEYWOOD, Colin. Uma história da infância: da Idade Média á época contemporânea no Ocidente. Porto Alegre: Artmed, 2004.
Portal Educação. Histórico do desenvolvimento da infância desde a Idade Média até os dias de hoje.
POSTMAN, Neil. O desaparecimento da infância. Rio de Janeiro, Graphia, 2002.
Publicado por: Raquel Marques Morelim
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